Pedido de exoneração não deixa de ser “última armadilha” deixada por Campos Neto
Foi protocolado na mesa diretora do Senado Federal e ao Conselho Monetário Nacional – CNM, a pedido da senadora Ana Paula Lobato (PSB/MA), na tarde de ontem, sexta-feira (23), um documento oficial na qual expressa a exoneração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, junto ao Conselho Monetário Nacional (CMN), devido a persistência do dirigente em manter as taxas de juros em níveis elevados, o que tem acarretado consequências negativas para a economia brasileira.
“Não podemos permitir que a persistência do Presidente do Banco Central em não reduzir as taxas de juros comprometa o crescimento econômico do país. Essa postura evidencia uma clara desconexão com a realidade atual e impede que empresas invistam e que o consumo seja estimulado”, enfatizou a senadora.
Conforme o documento apresentado, o Conselho de Política Monetária (Copom) decidiu, pela sétima vez consecutiva, manter a taxa Selic no elevadíssimo patamar de 13,75%, (treze virgula setenta e cinco por cento), a mais alta do mundo. “Fica evidente a clara atuação política de Campos Neto em prejudicar o atual governo, impossibilitando um maior crescimento econômico”, avaliou a senadora.
A proposta de exoneração deverá ser encaminhada ao presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT). O pedido é mais do que consiste e está previsto no art. 5º, §1º da Lei Complementar nº 179/2021. No entanto, sua efetivação está condicionada à prévia aprovação, por maioria absoluta, do Senado Federal.
“Estamos solicitando que seja encaminhada ao presidente da República a proposta de exoneração. Antes, contamos com a sensibilidade dos colegas senadores e senadoras para que aprovem nosso pedido. É fundamental que adotemos as medidas necessárias para garantir uma política monetária adequada e eficiente para o Brasil”, defendeu a senadora.
A medida extrema foi forçada pelo próprio Campos Neto, uma vez que a saída prematura de um chefe de Banco Central, não deixa de criar abalos na economia, por causa de desconfianças e incertezas. Campos Neto deve estar dando gargalhadas e sua saída não deixa de ser prejudicial, cabendo ao governo Lula clarificar as decisões do COPOM, junto ao Mercado Internacional e investidores, com números reais do que realmente acontece no BC e mostrar que a exoneração do seu presidente será benéfico ao Brasil e investidores em geral.
Tomara que o Mercado entenda como benéfica a decisão, após a manutenção da elevada taxa de juros, a bolsa brasileira operou em queda de 1,7% na quinta-feira (22), e de 0,03%, na sexta-feira. E em relação ao dólar, que vinha em queda durante toda semana, teve alta de 0,200%, nos dois últimos de dias de operação da bolsa.