Soldado deixou Carta onde relatou tortura e homofobia
O soldado da Polícia Militar do Maranhão, José Carlos Bahia (31), morreu na manhã desta quinta-feira (10), após passar 13 dias internado em UTI. Ele havia tentado suicídio no último dia 29 de julho, após denunciar ter sido vítima de agressão e homofobia por parte de colegas militares do Batalhão Militar de Açailândia (MA). O caso está sendo investigado pela políciae pelo Ministério Público do Maranhão.
Bahia estava internado no Hospital Carlos Macieira, em São Luís. Ele havia sido transferido de ambulância de Açailândia na noite desta terça-feira (8).
Segundo as entidades que acompanham o caso, o militar teve duas paradas cardíacas na madrugada e morreu às 6h40.
Em Carta endereçada à Corporação, Bahia havia feito um desabafo e dizia que estava sofrendo de depressão.
“Depressão não é frescura”, escreveu o soldado em uma mensagem endereçada ao seu superior pouco antes da tentativa de suicídio.
“Diga também a ele que o seu pedido de perdão não deve ser direcionado a Deus, mas sim às suas vítimas. Fui esquecido pelos meus irmãos”. Disse em Carta.
Entidades que acompanham o caso apontam cinco possíveis crimes: para a Rede de Cidadania de Açailândia, além dos crimes de lesão corporal, injúria (homofobia) e abuso de poder, denunciados pelo militar, policiais militares, que não tiveram os nomes divulgados, ainda devem ser denunciados por tortura e incitação ao suicídio.