Manutenção dos juros é vista como declaração de guerra contra o governo. Gleisi Hoffmann classificou como sabotagem e pediu a saída da “diretoria bolsonarista do Banco Central”

Após o bolsonarista Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Bolsonaro (PL) à Presidência do Banco Central, declarar guerra ao mercado econômico com a manutenção da taxa Selic em 13,75%, o presidente Lula detonou a política monetária da instituição e mirou em Campos Neto, convocando a sociedade brasileira a entrar na “briga” para baixar os juros.
“Quem está brigando com a taxa de juros é a sociedade brasileira, não o governo, porque é irracional o que está acontecendo hoje no Brasil. 72% da população brasileira está endividada. Não há crédito. Eu tenho cobrado dos Senadores que colocaram esse cidadão no Banco Central”, disse Lula em Roma na manhã desta quinta-feira (22), antes de embarcar para a França, onde encontrará o presidente Emmanuel Macron.
A manutenção dos juros causou indignação no governo e entre empresários do setor produtivo, que acreditam que Campos Neto busca forçar uma crise, provocando sua demissão, para prejudicar a política econômica de Lula.
A consternação foi maior por causa dos números apresentados pela Economia, com inflação em queda e crescimento do PIB, acima das previsões dos agentes do sistema financeiro ouvidos pelo próprio Banco Central no boletim semanal Focus, que já projeta um crescimento do país acima de 2% em 2023.