Ex-prefeito confirmou pedido de propina em ação do STF contra Josimar e pastor Gil

Deputados Josimar Maranhãozinho e Pastor Gil são Réus no STF por corrupção em emendas parlamentares 

O ex-prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio, confirmou na última quarta-feira (13) ao Supremo Tribunal Federal  – STF, a cobrança de valores relacionados à liberação de recursos federais destinados à saúde do município. O depoimento foi o primeiro na ação penal contra os deputados Josimar Maranhãozinho, Pastor Gil e o suplente Bosco Costa (SE), todos do PL, acusados pela PGR de desvio de emendas parlamentares.

A suposta cobrança é a origem da ação penal contra os deputados do Partido Liberal (PL) Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE).

Uma denúncia feita pelo prefeito, em 2020 e com o mesmo teor relatado no depoimento, iniciou a investigação da Polícia Federal (PF) que conclui pela cobrança de propina pelos parlamentares do PL em troca da liberação de emendas parlamentares.

A oitiva de Eudes na ação penal contra os três deputados, voltou a relatar um encontro que teve com Josival Cavalcanti, o Pacovan.

Eudes relatou que, em 2020, cerca de 40 dias após o município receber os recursos, o agiota conhecido como Pacovan (morto em 2024) foi até seu gabinete, acompanhado do ex-prefeito de Água Doce do Maranhão, Antônio José Rocha Silva, e disse ter conseguido a verba, cobrando para “acertar o meu”.

“Aí eu disse: ‘O seu? Nunca te vi, nunca acertei nada com você, e não tenho nada a acertar com você’. Nisso, ele tentou começar a se identificar quem ele era […] talvez para me amedrontar”, disse o ex-prefeito, segundo o Metrópoles.

De acordo com a PGR, a cobrança seria de R$ 1,6 Milhão, equivalente a 25% das três emendas enviadas ao município.

A acusação aponta Josimar como líder do esquema, com Pastor Gil e Bosco Costa no braço político e Pacovan como operador das cobranças. Mensagens obtidas pela Polícia Federal indicam articulações entre os parlamentares para direcionar verbas e facilitar a atuação do agiota. As audiências conduzidas pelo ministro Cristiano Zanin seguem até 22 de agosto.

Pacovan é apontado na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os deputados como o operador do esquema -ele foi assassinado em 2024.

Segundo o ex-prefeito, ainda em 2019, foi feito um pleito ao Ministério da Saúde para complementar a verba disponível para a área no município. Segundo Eudes, ninguém teria o procurado, nem ele teria ido atrás de deputados para a liberação do montante. Ele afirma que ficaram “na sorte”.

Nos primeiros dias de 2020, em 4 de janeiro, Eudes diz que seu secretário de saúde teria afirmado que o dinheiro havia sido enviado ao município. “Eu nem sabia se poderia ser emenda ou não. Nós recebemos com satisfação e usamos o dinheiro”, disse no interrogatório.

Eudes disse que, cerca de 40 dias depois desse comunicado, perto das 21h, ele foi procurado por Pacovan em seu gabinete. Ele estava acompanhado de Antônio José Rocha Silva, ex-prefeito de Água Doce do Maranhão.

Durante o interrogatório, o ex-prefeito foi questionado também sobre os valores cobrados por Pacovan. “Eu não dei muito espaço. Ele falou que queria o dele, e como eu rechacei, não houve detalhamento disso”.

“Primeiro que eu não tinha dinheiro para dar para ele. Segundo, eu não tinha compromisso com ele, porque eu não tinha falado nem por telefone, nem por intermediário, nada. Eu não conhecia essa condição”, afirmou.

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Jadson Pires é o editor do Observatório da Blogosfera, onde se dedica à criação e edição de conteúdos relevantes e informativos, voltados para o público digital.

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