“A guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam se matam entre si, por decisão de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam.” ERICH HARTMAN. Na noite do dia 23 de fevereiro, a Rússia oficializou o confronto direto contra a Ucrânia. A priori o “Presidente da Rússia” declarou os territórios a leste, mais próximos a Rússia, como independente. Com resistência do exército ucraniano, civis já foram mortos e a saída diplomática é impossível.
O Presidente Volodymyr Zelensky, em meio ao caos instaurado, liberou a população o uso de armas e aceita qualquer cidadão que queira lutar pela liberdade, e pela vida dos cidadãos ucranianos. A democracia ucraniana é bem mais jovem que qualquer leitor deste blog e até 1991 nem eram uma nação ou um país, aparentemente, o seu passado obscuro volta a assombrá-lo.
Sansões à Rússia
Segundo especialistas, as sansões à Rússia são cálculos bem delicados, pois, parecido com o Brasil nos anos 80, possuem uma economia fechada. O Gás Natural, principal pauta de exportação russa, é essencial para conter o frio da Europa durante o inverno que se passa, principalmente em países como a Alemanha e Polônia, a falta desse gás pode ser fatal para os Alemães e Poloneses. Além disso, a aproximação entre a China e a Rússia, mostra um perfeito escoamento do produto de maneira fácil, simples e direta.
Rússia prepara as forças armadas na fronteira com a Ucrânia e os Estados Unidos ameaça com pressão aos membros da Otan e sanções ao transcontinental
Durante toda a segunda metade do século XIX, o então império russo, esteve em contendas com a maior potência da Europa Ocidental, a Inglaterra, seu objetivo era a saída para mares quentes para alimentar uma grande potência colonial e incentivar o comércio. Depois de mais de 150 anos, uma revolução e duas guerras mundiais, o passado russo, volta a se repetir no cenário geopolítico mundial, mas dessa vez, a Rússia, país emergente governado por Vladimir Putin, se encontra em um cenário mais desafiador, com os Estados Unidos e a Otan como principal entrave de seus objetivos.


O que é a Otan e qual é o seu papel neste “conflito” ?
A Otan ou Organização do Tratado Atlântico Norte, é uma organização criada entre os países que são “banhados” pelo oceano atlântico norte – fazendo parte de seu grupo países como: Albânia, Alemanha, Bélgica, Bulgária, Canadá, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Macedônia do Norte, Montenegro, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Turquia – Dessa forma, sendo a maior organização militar do mundo. A Otan foi criada em 1949, e consiste em uma aliança militar de defesa mútua entre todos os países antes mencionados, foi uma solução encontrada pelos países capitalistas para evitar a disseminação do comunismo na Europa, formando-se assim uma cortina de ferro – divisão da Europa entre países comunistas e capitalistas – que perduraria por vários anos.
Fora da esfera da Guerra Fria, e voltando ao mundo atual, o papel da Otan, mudou significativamente, servindo como um apoio diplomático para seus países integrantes. Nessa perspectiva, a Rússia, entende a organização como uma intervenção americana no Leste Europeu, ameaçando sua hegemonia sobre a região. A Ucrânia, país que esteve sobre o manto da União Soviética e posteriormente da Rússia durante anos agora busca maior independência da sua potência vizinha.

Ucrânia e a Revolução da Maidan
Em 2014, uma série de protestos contra o governo se iniciou na Ucrânia, os manifestantes se ergueram contra o governo, alegando várias causas, entre elas, a corrupção. A manifestação ocorreu na principal praça da Ucrânia, a Maidan, onde os manifestantes, de maioria jovem, começaram a cantar o hino do país em cores da sua bandeira, pedindo também, a entrada na União Europeia, proposta que foi recusada pelo “presidente” Viktor Yanukovytch. A manifestação que a priori era pacífica, tornou-se cada vez mais violenta, causando uma verdadeira guerra entre o povo e o governo opressor. Um documentário explicando detalhadamente a Revolução da Maidan : Winter’s on Fire (tem na Netflix)
As consequências dessa “Guerra Civil” na Ucrânia, foi a ascensão dos manifestante ao governo, expulsando Viktor Yanukovytch da presidência, logo depois ele se refugia na Rússia. E o principal e mais marcante acontecimento do final da Maidan foi a reação Russa, que se recusou a reconhecer o novo governo interino, e iniciou a invasão no norte da Ucrânia, anexando em seu território a Crimeia. O projeto da Rússia de 150 anos atrás estava finalmente concluído, a saída para um mar quente foi obtida.

Movimentação de tropas americanas e países que se ausentaram do conflito direto com a Rússia
Os EUA enviaram cerca de 2.000 soldados americanos para o leste europeu para evitar um possível conflito e calcula-se que a Otan já tenha dezenas de milhares de soldados espalhados por toda a fronteira que distingue a Europa ocidental e oriental. A Rússia por outro lado, também esteve fortificando suas fronteiras com tanques e blindagens pesadas, apesar de vários soldados registrados por imagens de satélites recentes. A situação se encaminha para o pior dos casos, o conflito direto entre duas potências.
Apesar da tensão exercida, países como França, Inglaterra e Alemanha estão mais cautelosos em relação ao conflito, principalmente, pela exportação de gás natural e carvão que ocorre entre a Europa e a Rússia. Dessa forma, o conflito direto e fulminante entre esses países parece improvável.

Brasil participa do conflito ?
Nessa segunda-feira (31), o “Presidente” do Brasil, entrou, em uma série de polêmicas envolvendo uma viagem a Rússia, dessa forma muito se especulou sobre qual seria os motivos dessa ida inesperada em meio as crises que estão ocorrendo no cenário mundial, apesar de vários depoimentos dizendo que ele não colocaria em pauta a questão ucraniana, o momento parece dizer o contrário, e o encontro com Putin parece ser uma aproximação diplomática que ele chamou de “encontro conservador” .
Em desdobramentos entre o chanceler brasileiro, Carlos França, e o secretário do EUA, Antony Blinken, o Brasil tomou uma postura mais delicada em relação ao assunto, defendendo uma solução diplomática para o conflito. “O Ministro Carlos França recebeu hoje telefonema do Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Ao abordarem a situação na Ucrânia, os ministros concordaram na necessidade de desescalada das tensões e de uma solução diplomática para a crise. Reconheceram a importância do Conselho de Segurança nesse processo” declarou o Itamaraty.