População ocupada, o total de trabalhadores do país, bateu novo recorde, chegando a 102,4 Milhões. Rendimento mensal alcançou R$ 3.484. Alta de quase 4% em relação ao mesmo período de 2024
O Brasil registrou uma taxa de desemprego de 5,6% no trimestre encerrado em julho, chegando ao menor nível da série histórica, iniciada em 2012, para qualquer trimestre do ano.
O resultado veio melhor do que as expectativas de analistas de mercado, que projetavam queda para 5,7%, segundo mediana das projeções reunidas pela Bloomberg. Nos três meses encerrados em abril, que servem de base de comparação, a taxa estava em 6,6%.
Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE nesta terça-feira (dia 16).
O mercado de trabalho aquecido se reflete no recorde da população ocupada, ou seja, o total de trabalhadores do país, que chegou a 102,4 milhões. O crescimento do número de brasileiros trabalhando foi impulsionado pelo emprego formal, que também atingiu o ponto máximo da série. São 39,1 milhões de pessoas com carteira assinada.
O contingente de trabalhadores por conta própria (25,9 milhões) também foi recorde, crescendo 1,9% (mais 492 mil pessoas) no trimestre.
Com isso, o número de desocupados chegou a 6,1 milhões, o menor contingente desde o último trimestre de 2013. O IBGE considera desempregado quem não trabalha e não está à procura de trabalho na semana da pesquisa.
Para William Kratochwill, analista do IBGE, os números “sustentam o bom momento do mercado de trabalho, com crescimento da ocupação e redução da subutilização da mão de obra, ou seja, um mercado de trabalho mais ativo”.
Massa de rendimento recorde
A abertura de vagas tem sido acompanhada pelo aumento da renda. O rendimento médio mensal chegou a R$ 3.484, alta de 1,3% na comparação com o trimestre imediatamente anterior e 3,8% na comparação anual. Já a massa de rendimento real habitual, indicador que mede a soma das remunerações de todos os trabalhadores, atingiu R$ 352,3 bilhões, alcançando seu pico histórico.
Desalento cai 11% na comparação anual
O número de desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego, caiu para 2,7 milhões, recuando 11% (332 mil pessoas a menos) no trimestre e 15% (menos 475 mil pessoas) no ano.
— Esses indicadores demonstram que as pessoas que deixaram a população desocupada não estão se retirando da força de trabalho ou caindo no desalento, elas estão realmente ingressando no mercado de trabalho, o que é corroborado pelo recorde na ocupação — analisa Kratochwill.
- Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: 2,8%, ou mais 522 mil pessoas.
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: 2,7%, ou mais 206 mil pessoas
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas: 2%, ou mais 260 mil pessoas;
- Ainda assim, população fora da força de trabalho ficou em 65,6 milhões, apontando para estabilidade nas duas comparações.
Informalidade recua
No período analisado, a taxa de informalidade chegou a 37,8%, ligeiramente menor que a do trimestre móvel anterior (38%) e inferior, também, à do mesmo período do ano passado (38,7%). No entanto, o total de trabalhadores sem carteira (38,8 milhões) teve ligeira alta nas duas comparações.
— O crescimento da parcela informal da população ocupada foi marginal, sem significância estatística, no entanto a parcela formal continuou a crescer, promovendo uma redução significativa neste indicador — diz o analista do IBGE.